O uso da telemedicina em várias etapas do tratamento do paciente, desde consultas a cirurgias foi tema debatido pelo Dr. Chao Lung Wen, Líder do Grupo de Pesquisa da USP em Telemedicina e eHealth, e Dr. Eduardo Cordioli, Gerente Médico de Telemedicina do Hospital Albert Einstein, com moderação de Dr. Caio Soares, Diretor Médico da Teladoc Health Brasil, durante o último Fórum Internacional promovido pela ASAP.
A telemedicina é um método que utiliza a tecnologia para reorganizar o sistema de saúde. Por meio dela, o fornecimento de informação e atenção médica a pacientes é capaz de chegar a outros profissionais de saúde que estejam em locais distintos. Segundo Chao Lung Wen, a telemedicina não pode ser vista como redução de custo e aumento de eficiência. Para ela funcionar, deve haver educação e, por isso, temos que tornar obrigatória a formação específica dos médicos que forem trabalhar nessa área se quisermos ter uma telemedicina de qualidade no Brasil.
O médico ilustra o assunto com a questão do uso incorreto do pronto-socorro no Brasil. Originalmente, o PS deveria ser utilizado em caso de atendimento imediato. No entanto, ele é mais utilizado como forma de conseguir um atendimento sem tanta espera ou burocracia no agendamento de consulta. Isso seria diferente se fosse disponibilizado para a população um fácil acesso a uma avaliação rápida e de qualidade, como, felizmente, é possível ser feito através da telemedicina. Dr. Chao acredita que a telemedicina ajuda no encaminhamento, a fazer um prontuário de forma confiável e segura, substituindo uma “ida cega” ao pronto socorro.
Alguns críticos dizem que a telemedicina causa distanciamento na relação médico-paciente, pensamento que o Dr. Eduardo contesta rapidamente. Para ele, ela ajuda a pessoa a ser atendida mais rapidamente e, se tiver fila, aguardará na fila certa. Além disso, contribui para uma intervenção antes mesmo de ocorrer o caso clínico. O médico também acredita que a telemedicina deve ser realizada por médicos treinados e experientes, e que, havendo necessidade de uma consulta presencial, esta deverá ser feita. Ou seja, o uso da telemedicina não exclui a prática da consulta médica presencial.
Segundo Dr. Eduardo, entre 2015 e 2019 houve um crescimento de quase 100% no tempo de espera para agendamento de consultas. Ele conta que no Einstein, foi criado uma teleorientação, onde o paciente entra em contato com o hospital e, então, um médico orienta quais procedimentos ele deve seguir: se deve ou não ir ao pronto socorro, qual o melhor remédio e, se for o caso, que especialista ele deve agendar. Dessa forma, a telemedicina atua como parceira do paciente, entregando um atendimento qualificado e promovendo sua saúde.
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