Premissas da Gestão de Saúde Corporativa, como informação; programas de perfil de saúde; inovação e indicadores, foram tema de discussão no Fórum de Saúde Corporativa, evento promovido pela ASAP em parceria com a ABRH dentro do Conarh. Guilherme Cavalieri, Vice-presidente de Desenvolvimento Humano e Sustentabilidade da Serasa Experian Brasil, Marcelo Rucker, Diretor de RH da Prossegur Brasil e João Guilherme Alves, Diretor de RH da Vestas participaram da mesa apresentando seus pontos de vista.
João Guilherme abriu com uma provocação e falou sobre a metáfora da água. Fez uma comparação da gestão da saúde à conta de água de um condomínio, quando o desperdício de uma unidade impacta no orçamento das demais. Ele ressaltou que a construção da governança da saúde é um desafio e se não houver a educação do sistema, todos pagarão a conta final.
Já Marcelo Rucker falou das experiências profissionais que viveu e afirmou que o gerenciamento de saúde hoje nas empresas traz dor. “Primeira pergunta que fica é: como se cria uma cultura de saúde?”. Em resposta, Guilherme Cavalieri disse que “se a gente conseguir criar uma boa cultura de saúde e levar isso para a população, a gente conseguirá sucesso”.
Para João Guilherme, é de grande importância fomentar a cultura da saúde nas empresas e não da doença. “Vamos usar os recursos de saúde de forma inteligente. Temos que unir todas as pontas, saúde ocupacional, mental, etc,” ressaltou.
Marcelo Rucker aproveitou para falar sobre um case dentro da sua empresa. “Nós criamos um comitê de saúde. E fomos avaliar um restaurante. Lá não havia controle dos alimentos, não mediam excesso de açúcar ou sal, por exemplo”. Para ele, quando a liderança percebe a importância de ser um exemplo, tudo funciona melhor”.
Cavalieri afirmou que o comitê deveria fazer parte das obrigações das empresas. Usou as campanhas internas como exemplo. “Elas são muito importantes, como é o caso de temas como o tabagismo e alimentação saudável. Dessa forma, cria-se uma cultura dentro da empresa e com cultura e uma liderança engajada, tem-se uma equipe determinada”. Ele também elogiou o Position Paper, documento de boas práticas em gestão de saúde, desenvolvido pelas empresas que compõem o Fórum Nacional de Saúde Corporativa. “Ele que norteia as organizações e ajuda muito as lideranças, porque traz boas recomendações de políticas de saúde”. João Guilherme também reforçou a importância do documento: “Muitas empresas não têm indicadores, e o Position Paper ajuda muito”.
Marcelo aproveitou para apresentar um case de sucesso. “Recentemente fizemos a opção por um programa que veio da sugestão do comitê. Contratamos uma empresa que fornece um pool de academias e isso tem funcionado muito bem, com uma boa adesão dos colaboradores. A gente fala muito do adoecimento que a gente vê, que a gente enxerga. Doenças mentais estão chegando com grande força, inclusive levando ao suicídio de muitas pessoas. Antigamente se falava que o câncer era uma doença terrível, mas o que a gente percebe agora é que as piores doenças são: depressão, ansiedade, etc. Nós temos que pensar sobre isso”, provocou.
Guilherme Cavalieri concordou. “Temos que pensar na saúde mental. O ambiente externo e organizacional pode ser o gatilho para isso. Como isso é novo ainda, o grande desafio é encontrar a forma de como lidar com a situação, uma vez que os próprios médicos do trabalho não estão acostumados e para os leigos é ainda pior. A reintegração de uma pessoa com atestado de saúde mental é um desafio”. Para João Guilherme, “Nos próximos dez anos o tema de saúde mental será o que mais estará em evidência”.
Um outro ponto positivo levantado por João Guilherme foi o fato da ANS ter se juntado ao Fórum Nacional na questão da gestão de saúde corporativa. Para ele, “aparentemente o modelo de gestão atual não é mais suficiente”. Marcelo concordou. “Começamos a sair um pouco da caixa, analisando os players do mercado e pensando em uma equação que traga mais equilíbrio para todos, mas ainda assim, é preciso chamar mais gente pra conversar. A Prossegur está em todos os lugares do Brasil, a situação do Acre é diferente da situação de São Paulo. Não dá mais para fazer o feijão com arroz”, ressaltou.
Para finalizar, Guilherme Cavalieri afirmou que o modelo precisa ser revisto. “Evidentemente essa é uma questão que transcende as empresas, a cadeia como está montada hoje tem uma grande oportunidade de melhorar a eficiência. Participar de grupos como esse fomentado pela ASAP e ABRH, estimulando a cultura de saúde dentro das empresas é de grande importância. Na outra ponta, temos a instância governamental e as empresas precisam sentar com a ANS, ter um papel mais ativo, ser ouvida para poder contribuir. O problema não é só das empresas e sim do país como um todo”, encerrou.
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