Programa de Crônicos, foi o tema apresentado pela Dra. Gláucia Ruggeri, que faz parte da gerência de atenção integral à saúde da Central Nacional da Unimed (CNU) e pelo Paulo Roberto Zetola, diretor da Prevline Consultoria em Saúde. Com moderação de Mahiti Godoy, membro do Comitê Técnico da ASAP e vice-presidente de Expansão e Inteligência em Saúde na Prontmed, a palestra fez parte do Fórum de Saúde Corporativa no CONARH 2019.

Crédito: Renato Saraiva/Pinguim Pictures

Dra. Glaucia  abriu o debate questionando se nós cuidamos da nossa saúde ou da nossa doença e quando é que nós nos preocupamos com um serviço de saúde. E propôs que fizéssemos cada vez mais o exercício de olhar para a saúde ao invés de olhar para a doença, já que no Brasil é costumeiro procurar um médico ou qualquer serviço deste tipo apenas quando é necessário. “A prevenção e hábitos saudáveis visando o futuro da sua saúde é fundamental para que essa prática se torne rotineira e seja incorporada na sociedade”, afirma.

Algumas especificidades se colocam como um entrave para que essa mudança de comportamento seja mais lenta e mais dificultosa. Dra. Glaucia listou três transições que mudaram de acordo com o tempo e, ao fazer desaparecer alguns problemas crônicos, outros apareceram. Existem as transições demográficas e epidemiológica (que são cargas de doenças relacionadas aos diferentes tipos de IDH), a nutricional (antes desnutrição e agora obesidade) e a sociocultural, que envolve o sedentarismo, automedicação, sexo sem proteção, entre outros. “Durante cada momento da nossa vida, teremos uma necessidade específica. Dependendo do momento em que a pessoa se encontra, se tem um time de cuidados, realiza um dispositivo de acordo com as próprias necessidades”, aponta ela.

Dra. Glaucia reforçou também que a Gestão de Saúde Populacional se faz cada vez mais necessária e demonstra um resultado muito mais efetivo. “Mais saúde, menos custo e melhor experiência do paciente. Além disso, temos que pensar no bem-estar do colaborador e exercer um olhar integral para o indivíduo”, garante.

Crédito: Renato Saraiva/Pinguim Pictures

Seguindo na mesma linha, Paulo Roberto  trouxe dados da OMS que mostram que 70% das causas de morte tem relação com doenças crônicas e 31% das pessoas disseram ter uma doença crônica no Brasil. Para isso, formas diferentes de atuação, como a Gestão de Saúde Populacional, têm sido pensadas para tratar esse problema, como o uso de profissionais de RH e administração.

Assim como Dra. Glaucia, Paulo Roberto garante que a soma do comportamento saudável, do comportamento seguro e cuidado ativo é a chave para tentar solucionar o problema: “é aquela situação do carro. Temos que entrar no carro, colocar o nosso cinto e verificar se os colegas também colocaram o cinto. Temos que estar próximos, de olho e acompanhando essas pessoas. Se eu tenho crônicos, tenho que saber quais são os tipos, qual a gravidade e como vou acompanhar”, argumentou ele.

O diretor da Prevline sugeriu ainda, como deveria ser feita a conscientização das pessoas, já que hoje existem campanhas contra o tabagismo, o modelo poderia facilmente servir para o álcool, comidas gordurosas e tudo aquilo que faz mal, como o uso excessivo de sal: “tem que colocar esse pensamento nas pessoas para que elas remodelem seu jeito de ser” conclui.