Com uma vasta experiência para falar sobre a Linha de Cuidado Oncológico, o Diretor do Hospital de Amor infanto-juvenil de Barretos, Dr. Luiz Fernando Lopes, fala sobre o assunto e, logo que inicia a palestra, o oncologista já reitera que o mais importante “não é tratar, mas prevenir para que o câncer se cure mais cedo”.
Assim como o lema do CONARH 2019, a palavra “humanizar” foi a mais usada pelo Dr. Luiz para contar as experiências de como têm funcionado as relações médico/paciente no hospital e transformar as experiências, ressignificando o impacto do câncer na vida de crianças, adolescentes e suas famílias.
A lista de exemplos utilizados pelo Dr. Luiz é vasta. No quesito ambiência, o oncologista foi enfático ao dizer que as relações interpessoais são essenciais e que para isso o hospital disponibiliza uma série de pequenos demonstrativos que causam um impacto grande, como a presença de cadeiras pequenas para crianças nas salas de espera, espaços de entretenimento, como quadras, lago para pesca, academia, canoagem – que inclusive é utilizada para a reabilitação do câncer de mama, teto especial para pacientes acamados, enxoval colorido, presença de janelas nas UTI’s, entre outros.
Dr. Luiz ressalta ainda a importância das festividades uma vez que a vida do paciente gira em torno do hospital, na grande maioria, sem data definida para receber alta. “O câncer deixa marcas, mas nós deixamos lembranças”, diz o doutor já listando os exemplos de eventos que ocorrem no hospital, previamente aprovados por uma comissão disciplinar: “o certificado de bravura é um sucesso hoje em dia. Distribuímos para os pequenos que vão fazer ressonância e, ao explicar que o exame não dói, a criança realiza o procedimento e coleciona os certificados. Muitas vezes até competem entre si para ver quem conseguiu mais diplomas. O resultado disso são 40% menos anestesias nos pacientes”, explica.
E a lista não para por aí. Tem o “bolo da pega da medula”, quando a medula doada consegue ter êxito no paciente, é oferecido um bolo como se fosse o aniversário do enfermo e a realização de últimos desejos das crianças que não têm muito tempo de vida: “já conseguimos efetivar um voo de balão, um casamento, um passeio de avião e até um baile de debutantes”, conta Dr. Luiz.
Estendendo o cuidado para a família, o evento “Encontro dos Pais Enlutados”, é realizado uma vez ao ano com o intuito de promover o encontro daqueles que compartilham as mesmas dores, serve inclusive para observar se existe algum problema além do previsto: “no encontro também entendemos se o luto é patológico ou se está dentro do esperado. Se for patológico, já conseguimos ajudá-los”, afirma.
Para concluir, Dr. Luiz faz questão de reforçar a ideia de que para que tudo funcione, é preciso humanizar mais as relações e tratar o paciente com mais atenção a fim de acolhê-lo: “Humanizar é isso: não são as nossas vontades, são as vontades dos pacientes”, finaliza.
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