1. A gripe mata mais pessoas que o COVID-19, pelo menos até agora. Por que estamos tão preocupados com o COVID-19? Não deveríamos estar mais focados na prevenção de mortes por gripe?

É super importante se preocupar com a gripe. O bom é que as mesmas medidas que ajudam a impedir a propagação do vírus COVID-19, como lavagem frequente e completa das mãos; evitar tocar o rosto; tossir e espirrar em um lenço de papel ou na parte interna do cotovelo; e distanciamento e isolamento das pessoas doentes, também ajuda a proteger contra a propagação da gripe comum. Por isso, adotar medidas de prevenção contra a COVID-19, é também se prevenir da gripe. Atualmente, não existem medicamentos antivirais disponíveis para o tratamento do COVID-19, o melhor tratamento ainda é a prevenção.

 

2. Devo tomar uma vacina contra a gripe?

Embora a vacina contra a gripe não o proteja do desenvolvimento do COVID-19, se vacinar contra a gripe é fundamental. A maioria das pessoas com mais de seis meses pode e deve receber a vacina contra a gripe. Fazer isso reduz as chances de contrair gripe sazonal e, mesmo que a vacina não o impeça de contrair a gripe, ela pode ajudar a diminuir a chance do paciente apresentar sintomas graves.

 

3. Quanto tempo demora para uma pessoa que é exposta ao vírus COVID-19 começar a apresentar sintomas?

Como esse coronavírus acabou de ser descoberto, o tempo médio desde a exposição até o início dos sintomas (conhecido como período de incubação) ainda não foi determinado. Com base nas informações atuais, os sintomas podem aparecer de três dias após a exposição até 13 dias depois. Pesquisas recentemente publicadas descobriram que, em média, o período de incubação é de cerca de cinco dias.

 

4. Como o coronavírus se espalha?

O coronavírus se propaga, principalmente, de pessoa para pessoa. Isso pode acontecer entre pessoas que estão a pouca distância umas das outras e são expostas as gotículas contaminadas quando uma pessoa infectada fala, tosse ou espirra próximo a boca, nariz e olhos de outras pessoas. O coronavírus também pode se espalhar pelo contato com superfícies ou objetos infectados. Por exemplo, ao tocar uma superfície ou objeto com o vírus, a pessoa pode contrair COVID-19 se ela levar essa mesma mão infectada aos olhos, boca e nariz.

 

5. Quão mortal é o COVID-19?

A resposta para essa pergunta varia se a análise é feita levando-se em consideração a taxa de mortalidade (o risco de morte entre os infectados) ou o número total de mortes. Em relação à taxa de mortalidade, parece que o risco de morte com a infecção pandêmica pelo novo coronavírus (estimada em 3% a 4%) é menor do que era para SARS (aproximadamente 11%) e MERS (cerca de 35%).

 

6. Quem está em maior risco de ficar muito doente com o COVID-19?

As pessoas idosas, especialmente aquelas com problemas médicos subjacentes, como bronquite crônica, enfisema, insuficiência cardíaca ou diabetes, têm maior probabilidade de desenvolver doenças graves.
Além disso, várias condições médicas subjacentes podem aumentar o risco de COVID-19 grave para indivíduos de qualquer idade, como:

  • Doenças do sangue, como doença das células falciformes ou uso de anticoagulantes
  • Doença renal crônica
  • Doença hepática crônica, incluindo cirrose e hepatite crônica
  • Qualquer condição ou tratamento que enfraquece a resposta imune (câncer, tratamento do câncer, transplante de órgãos ou medula óssea, medicamentos imunossupressores, HIV ou AIDS)
  • Gravidez atual ou recente nas últimas duas semanas
  • Diabetes
  • Distúrbios metabólicos herdados e distúrbios mitocondriais
  • Doenças cardíacas, incluindo doença arterial coronariana, doença cardíaca congênita e insuficiência cardíaca
  • Doenças pulmonares, incluindo asma, DPOC (bronquite crônica ou enfisema)
  • Condições neurológicas e de desenvolvimento neurológico, como paralisia cerebral, epilepsia (distúrbios convulsivos), acidente vascular cerebral, deficiência intelectual, atraso moderado a grave no desenvolvimento, distrofia muscular ou lesão da medula espinhal.

 

7. As crianças são imunes ao vírus que causa o COVID-19?

Crianças, incluindo as muito pequenas, podem desenvolver COVID-19. No entanto, as crianças tendem a apresentar sintomas mais leves, como febre, coriza e tosse. Algumas crianças tiveram complicações graves, mas isso tem sido menos comum. Crianças com condições de saúde subjacentes podem estar em risco aumentado de doença grave.

 

8. Uma pessoa que teve coronavírus pode ser infectada novamente?

Embora ainda não se tenha uma resposta definitiva para essa questão, a maioria das pessoas provavelmente desenvolveria imunidade a curto prazo ao coronavírus específico que causa o COVID-19. No entanto, ainda estariam suscetíveis a uma infecção diferente por coronavírus. Ou, esse vírus em particular pode sofrer mutações, assim como o vírus da influenza a cada ano. Frequentemente, essas mutações alteram o vírus o suficiente para torná-lo suscetível, porque o sistema imunológico humano pensa que é uma infecção que nunca havia visto antes.

 

9. Qual é a confiabilidade do teste para o COVID-19?

Os testes estão se tornando cada vez mais disponíveis e estão sendo processados em laboratórios comerciais e centros acadêmicos em todo o mundo. Nos EUA, o teste mais comum para o vírus COVID-19 procura RNA viral em uma amostra colhida com um cotonete do nariz ou da garganta da pessoa. Atualmente, é possível conhecer os resultados do teste dentro de três a quatro dias, porém, o tempo de resposta para os resultados pode ser cada vez maior à medida que a demanda aumenta.
Se um resultado do teste for positivo, é quase certo que a pessoa esteja infectada, já um resultado de teste negativo é menos definitivo. Uma pessoa infectada pode obter o resultado do teste “falso negativo” se o swab errar o vírus, por exemplo, ou devido a uma inadequação do próprio teste. Também ainda não se sabe em que momento, durante o curso da doença, um teste acusa positivo.
Se uma pessoa apresentar sintomas semelhantes ao COVID-19 e obtiver um resultado negativo, não há motivos para repetir o teste, a menos que os sintomas piorem. Caso piorem, recomenda-se consultar o médico ou o departamento de saúde municipal ou estadual para obter orientação sobre novos exames. É preciso que essa pessoa sintomática se auto-isole em casa, use máscara quando interagir com os membros da família e pratique o isolamento social.

 

10. Por quanto tempo o coronavírus pode permanecer no ar e na superfície dos objetos?

Um estudo realizado pelo Laboratório de Virologia do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas da Divisão de Pesquisa Intramural de Hamilton, Montana, ajuda a responder a essa pergunta. Os pesquisadores usaram um nebulizador para espalhar coronavírus no ar, com isso, eles descobriram que vírus infecciosos podem permanecer no ar por até três horas. Os resultados do estudo foram publicados no New England Journal of Medicine em 17 de março de 2020.
Por outro lado, um estudo recente descobriu que o coronavírus COVID-19 pode sobreviver até quatro horas em cobre, até 24 horas em papelão e até dois a três dias em plástico e aço inoxidável. Os pesquisadores também descobriram que esse vírus pode permanecer como gotas no ar por até três horas antes de cair, sendo que na maioria das vezes, caem com mais velocidade. Porém, ainda não se sabe muito sobre como condições diferentes, como exposição à luz solar, calor ou frio, podem afetar esses tempos de sobrevivência.
Portanto, devemos seguir as recomendações do CDC (Centers for Disease Control and Prevention) para higienizar superfícies e objetos frequentemente tocados todos os dias. Isso inclui balcões, mesas, maçanetas, utensílios de banheiro, banheiros, telefones, teclados, tablets, celulares, mesas de cabeceira, etc. Se as superfícies estiverem sujas, limpe-as primeiro com detergente e água e depois desinfecte-as. Além disso, lave as mãos com frequência e de forma correta, por 20 segundos com água e sabão.

Referência: Harvard Health Publishing – Health.Harvard.edu (23.03.2020)

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