Nirav Vakharia, Ana Elisa e João Gonçalves

A palestra magna moderada pela ex-presidente da ASAP e CEO do Grupo Santa Celina, Dra. Ana Elisa Siqueira, teve speakers internacionais discorrendo sobre o cenário mundial do futuro da saúde: Nirav Vakharia, CEO da Medicare Accountable Care Organization (ACO) da Cleveland Clinic e João Gonçalves, Prof. Dr. da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa.

Atualmente, para se falar em inovação, primeiro deve-se pensar na sua acessibilidade. As inovações na área da saúde não chegam da mesma forma para as populações do mundo todo, principalmente pelo custo. Sendo assim, um desafio inicial é garantir o acesso dos doentes aos tratamentos. “É preciso um melhor acesso, mais rápido, mais cedo ao próprio indicador tecnológico. Não precisamos esperar a inovação chegar, o trabalho colaborativo deve estar desde os profissionais de saúde à própria indústria”, afirmou o doutor João. 

Muitas vezes, devido a um pensamento dependente da tecnologia, a medicina não qualifica e avança da melhor forma as estruturas que já possui. Nirav propõe olhar primeiro para o que já existe na saúde, inovando esse sistema. “Hoje, um paciente tem um problema, o médico tem apenas 5 minutos com ele, passa um remédio e o paciente vai embora. E se amanhã esse profissional tiver uma equipe em conjunto, para ajudar a ter um atendimento hospitalar de mais qualidade? Hoje, muitos pacientes vão direto ao especialista, mas se amanhã nós edificarmos a confiança com nosso paciente, para que eles trabalhem primeiramente com seu médico habitual a fim de já começar o diagnóstico?”, indaga ele. 

João Gonçalves exemplificou o panorama com a questão dos remédios biossimilares. Todo esse diferencial faz com que os biossimilares sejam mais caros e consequentemente, de acesso mais restrito. De acordo com João, a tecnologia do futuro ainda precisa passar por uma série de etapas. “A primeira seria dar correta informação aos profissionais de saúde, a segunda, desenvolver estratégias de como implementar esses biossimilares e a terceira, criar modelos de partilha de benefícios. Quem ganha com isso são os médicos, a equipe e principalmente aqueles que sofrem e precisam de ajuda, os doentes”, finalizou ele.