A indústria da saúde populacional continua a satisfazer as necessidades das diversas populações, através de parcerias e colaborações focadas em ajudar os indivíduos a alcançar e manter suas metas de saúde. Organizar informações, cuidados e serviços de saúde em torno das necessidades e desejos dos indivíduos é um conceito abraçado por todas as partes interessadas, na medida em que a experiência com estes programas demonstra um impacto positivo ao longo do tempo. Como sempre, a dificuldade está nos detalhes no que se refere a aperfeiçoar estes esforços, mas o progresso está sendo alcançado em distintas áreas-chave. Estas incluem:

  • Âmbito da Oferta de Mercado para Melhoria da Saúde

Apesar da recente consolidação desta indústria, muitas empresas agora competem para fornecer uma ampla variedade – e maior alcance – de melhoria de saúde; de programas de prevenção e wellness; suporte de cuidado a condições crônicas e cuidados de atenção a pacientes terminais. Aqueles que organizam e pagam pelos benefícios e serviços de saúde nunca tiveram tantas opções para a concepção de programas flexíveis de apoio à prevenção, para estilos de vida saudáveis e para o suporte de cuidados em condições crônicas. Cada vez mais, estão sendo exigidos programas mais integrados que consolidem a divulgação, comunicação, intervenção, transições, informação e avaliação através de uma ampla oferta de cuidados crescentes para incrementar o escopo e a economia em escala.

  • Flexibilidade de Intervenção / Projeto do Programa

Como a indústria da saúde populacional continua a se movimentar em direção a modelos colaborativos de prestação de cuidados, é compreensível que nenhum modelo único do tipo “plugand-play” para todos os cenários seja apropriado. Em vez disso, modelos flexíveis desenvolvidos e alinhados com as necessidades da população alvo e com os serviços existentes têm obtido sucesso. Enquanto resiste à tentação de super generalizar entre os diferentes projetos pilotos e modelos de distribuição, a procura deve identificar fatores de sucesso comuns aos programas que produzem os maiores impactos sobre a saúde e buscar soluções para barreiras nos programas com resultados decepcionantes. O refinamento iterativo de uma variedade de modelos é a via mais provável para o sucesso sustentável e gradativo, ao invés de uma busca do “modelo mágico” ideal para todas as configurações e populações.

  • Modelos de Liderança Médica Colaborativa de Cuidado Centrado no Paciente

Muitos provedores desejam transformar sua infraestrutura operacional, fluxos de trabalho, tecnologias de informação e parcerias para melhor atender às diversas necessidades e desejos de várias populações em busca da melhoria da saúde. Isto tem levado a inovadoras colaborações entre os prestadores de cuidados de saúde que reconhecem que, ainda que médicos devam liderar esses esforços, eles podem se beneficiar de staff e capacitações adicionais, tanto dentro como fora dos limites da sua prática, para prestar suporte de saúde aos pacientes. Como os novos modelos – tais como o cuidado médico domiciliar centrado no paciente e Accountable Care Organizations (ACO)1* – evoluem para dar mais ênfase nos resultados dos cuidados prestados, a Gestão de Saúde Populacional continuará a influenciar estes modelos colaborativos, oferecendo um conjunto de serviços que possam complementar o modelo de assistência direta cujo foco é o paciente. A estrutura da gestão de saúde populacional, contida neste documento, apresenta este modelo colaborativo para todos os tipos de atendimento.

  • Transições de Cuidados para as Populações de Risco

A transição de cuidados em saúde às populações vulneráveis tem sido identificada como uma convidativa oportunidade para atender as crescentes exigências de qualidade e eficiência da reforma do sistema de saúde [americano]. A gestão de saúde populacional tem desempenhado um papel vital por gerir, com sucesso, transições da assistência aguda para o cuidado domiciliar para muitos pacientes. Trabalhando com hospitais, fornecedores e organizações de cuidados auxiliares, a gestão de saúde populacional reduz a morbidade evitável associada com as transições em distintos pontos e níveis de atenção, aproveitando a experiência em empregar a tecnologia mais avançada.

  • Convergência de Dispositivos e Diagnósticos com Suporte à Saúde

Como os modelos de cuidados evoluem para se tornar mais centrados no usuário, as ferramentas disponíveis aos indivíduos para apoio à saúde em domicílio estão se proliferando. Idealmente, esses dispositivos – seja a monitoração biométrica, dispositivos de diagnóstico ou aplicativos de smartphones – irão se conectar ao sistema de registros eletrônicos de saúde (do inglês, Eletronic Health Records ou EHR) e aos registros pessoais de saúde (do inglês, Personal Health Records ou PHR) sob os cuidados de provedores e gestores de cuidados para que todos os que se ocupam em dar suporte à saúde do indivíduo possam ter acesso aos mesmos dados de saúde e do plano de cuidado. Esta é uma evolução necessária, impondo-se aos indivíduos maior responsabilidade pessoal pela melhoria de sua própria saúde, como expresso pelo lema dos consumidores: “Nada sobre mim, sem mim”. Capacitar indivíduos para cuidar melhor de sua saúde é um elemento importante de mudança e que recebe pouca atenção, mas que pode recompensar com grandes resultados.

  • Expansão da TIS (tecnologia e Inovação em saúde) Maior Uso de Aplicativos Modulares para Promover o Intercâmbio da Informação em Saúde

Registros eletrônicos de saúde (EHR) e registros pessoais de saúde (PHR) compõem uma grande promessa para melhorar a coordenação da assistência, eliminando desperdícios e duplicidades e fornecendo maiores recursos aos indivíduos para melhorarem a própria saúde como nunca realizado anteriormente. Lamentavelmente, a adoção dessas ferramentas, pelos fornecedores, tem sido prejudicada por uma variedade de fatores, incluindo custos e problemas de utilização. Novas ofertas de EHR, entregues em uma plataforma modular baseada na Web, exigem pouco ou nenhuma despesa de capital (com o modelo de assinatura: “software como serviço”) e permitem a gradativa implantação e uso destas importantes ferramentas para a melhoria dos cuidados em saúde. Isso demandará não somente a proliferação de dispositivos de EHRs de operação independente através de todo ambiente assistencial, mas preferencialmente de sistemas “múltiplo uso”, integrados através de uma variedade de formas de intercâmbio de informações de saúde. Só esse modelo integrado em rede, salvaguardando a segurança e a privacidade, conduzirá o sistema de cuidado com a saúde, conectando “médicos de bairro” e “clínicas médicas”, com o necessário incremento de escalabilidade em saúde. A estrutura de TIS (Tecnologia da Informação em Saúde) contida adiante neste relatório representa visualmente os componentes TIS necessários para a saúde populacional.

  • Engajamento de Participantes, Incentivos, Personalização

Como a CCA reportou pela 1ª vez em 2008 e novamente em 2010, em sua “Melhoria de Saúde Populacional: uma Pesquisa de Mercado”, a principal preocupação de muitos provedores de serviços de saúde populacional permanece sendo ampliar as taxas de participação daqueles que podem se beneficiar destes programas. Este é um foco compreensível para aqueles que procuram maximizar o valor dos investimentos de melhoria da saúde, e a gestão de saúde populacional tem respondido com novas modalidades de recrutamento e engajamento; comunicação personalizada de acordo com as preferências dos indivíduos; estruturas de incentivo originais que alavancam princípios da economia comportamental; e reportam o nível de contato para mostrar todas as interações com indivíduos participantes que conduzem aos resultados relatados. No entanto, os desafios permanecem – motivar, envolver e capacitar indivíduos a se tornarem melhores gestores de sua própria saúde nunca foi trabalho fácil, mas o progresso significativo é visível.

*Não existe tradução preconizada da expressão: Accountable Care Organizations (ACO) para o português, mas que pode ser definida como: “uma organização de prestadores de cuidados de saúde que assume ser responsável pela qualidade, custo e atendimento global de seus beneficiários”

Fonte: Caderno “Mais Saúde – Panorama da Saúde Populacional Asap” e Comitê Técnico da Asap