Recapitulando alguns conceitos dos capítulos anteriores, a gestão de saúde corporativa tem por objetivo otimizar o estado de saúde de uma população. 

Dentre os resultados esperados dessas ações estão: a economia com gastos em saúde, melhores condições e hábitos de saúde, diminuição do absenteísmo e afastamentos, melhoria da produtividade e maior engajamento e fidelidade do colaborador.

Vimos também que “não se gerencia o que não se mede, não se mede o que não se define, não se define o que não se entende e não há sucesso no que não se gerencia”.

Portanto, para começar a trabalhar com indicadores e calculá-los é preciso primeiro responder a uma pergunta: “O que quero medir?”. 

Para responder a essa pergunta, é preciso que sua resposta esteja alinhada com os objetivos e ações desenvolvidas pela empresa no âmbito da saúde corporativa.

Tendo a resposta para essa pergunta bem definida e alinhada com a estratégia da empresa, a segunda pergunta é: “Como vou medir?”. Essa pergunta fará você refletir sobre quais são as informações e os dados necessários e onde eles estão. Entre as possíveis fontes de dados para os indicadores estão:

Folha de pagamento: dados e informações de faltas, atestados, afastamentos;

Operadora de plano de saúde: dados e informações de utilização de serviços de saúde, condições de saúde;

Medicina ocupacional: dados e informações referentes ao exame admissional e periódico;

Ambulatório da empresa: dados e informações referentes a atendimentos médicos e de equipe de enfermagem realizados no ambulatório interno ou terceirizado da empresa;

Recursos Humanos: dados e informações demográficos e sociais dos colaboradores e seus dependentes;

Questionário de Avaliação de Fatores de Risco (AFR), ou o “Questionário de Saúde” ou outros questionários e inquéritos de saúde: levantamento das condições de saúde e doença, hábitos de vida, qualidade de vida, fatores de riscos, entre outras informações;

Outros fornecedores: demais dados e informações relevantes para a Gestão de Saúde Corporativa que estejam disponíveis em outros prestadores da empresa.

A partir do momento que se identificou a fonte, é preciso organizar a informação. Para isso, é preciso responder a algumas perguntas:

Para quem vou pedir esses dados ou informações?

Como vou pedir esses dados ou informações?

Com que periodicidade vou solicitar esses dados?

Onde vou deixar guardadas essas informações?

Essas perguntas são importantes para que as especificações sejam benfeitas, para os casos em que houver mudanças de pessoas não se altere o processo, para que quem forneça as informações solicitadas se prepare para enviá-las na periodicidade solicitada, sem atrasos, para solicitar auxílio de superiores, caso isso trave em algum lugar, e também para deixar organizado de forma que qualquer pessoa do setor esteja apta a calcular os indicadores.

Outro ponto importante é que os indicadores que listou para acompanhar estejam em linha com os objetivos das ações estabelecidas. Por exemplo, se quiser mensurar o impacto de um programa de alimentação saudável, não poderá ser o indicador de “Proporção de pessoas com diagnóstico de Diabetes”.

A partir do momento que se estabeleceu e se combinou o envio dos dados, o próximo passo é calcular os indicadores e a pergunta a ser respondida é:

“Como vou transformar esses dados e informações em indicadores?”

Uma ferramenta que auxilia a responder a essa pergunta é a “Ficha Técnica do Indicador”. 

Essa ficha é uma predefinição que tem por objetivo apresentar, de forma concisa e padronizada, informações importantes para a construção do indicador, é a documentação que vai garantir que os atributos principais de qualquer indicador estejam presentes.

Fonte: GUIA DE DADOS E INDICADORES PARA GESTÃO DE SAÚDE CORPORATIVA – ASAP / Comitê Técnico da Asap