Hoje é possível escolher diversos planos de saúde, o cuidado com a saúde e prevenção tornaram-se pauta no atual cenário na gestão de saúde populacional, incentivando o surgimento de novos serviços e modelos de atendimento. 

Para entendermos o atual cenário e as mudanças é fundamental conhecer a história dessa trajetória da saúde privada e das organizações.

O primeiro formato de plano de saúde surgiu em 1956, com a inauguração da Policlinica Central (Hospital das Clínicas), comandada pelo Dr. Julian Czapski, que formulou e desenvolveu o conceito dos planos de Saúde e Medicina de Grupo.

Nesse momento as instituições que ofereciam emprego desejavam contar com um serviço de qualidade em saúde aos seus colaboradores.

Na década de 70 o cuidado com os trabalhadores passou a ser responsabilidade do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS), mas com as reclamações e insatisfações da população do serviço oferecido, os profissionais de saúde decidiram oferecer consultas e exames privados.

Foi nesse período que começaram a surgir as operadoras de planos de saúde ou seguradoras de saúde, com o intuito de atender uma parte da população que buscava por uma referência no cuidado e bem-estar. É claro que dessa época até os dias atuais muitos fatores mudaram, inclusive a regulamentação e a verificação dos serviços oferecidos.

No dia 3 de junho de 1998 foi sancionada a Lei nº 9.656, que estabeleceu as regras dos planos privados de assistência à saúde e implementou as garantias básicas para os beneficiários da saúde suplementar. O início da vigência desta lei, em 1999, junto com a criação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS, tornou-se o principal marco legal e regulatório do setor da saúde suplementar), mas só em janeiro de 2000 a Agência foi instaurada com plenos poderes para regularização do setor.

Nessa época, também estava em ascensão o novo modelo de saúde pública, assegurada pela criação do Sistema Único de Saúde (SUS). Ambos os modelos começam a caminhar juntos, mostrando para a população que a saúde é um direito e que a procura por especialistas deve ser algo recorrente e preventivo. 

A saúde suplementar também sentiu os efeitos das modificações causadas pela pandemia provocada pela Covid-19. Com o isolamento social, as medidas de segurança e a paralisação em diversos segmentos, o dia a dia se transformou. E, com a urgência de diversos atendimentos e procedimentos, as operadoras de planos de saúde precisaram se adaptar para atender todos os pacientes. 

O ano de 2020 foi um ano de mudanças para todos que atuam com a saúde, em especial para os planos de saúde. Isso porque entre abril de 2020 e abril de 2021, 1,05 milhão de novos usuários optaram pela saúde privada, registrando um aumento de 2,2% no período. 

Algumas medidas foram alteradas pela ANS nesse período, como a inclusão de exames no Rol de procedimentos os exames para detecção do Covid, prorrogação dos prazos máximos de atendimento para agenda de consultas, exames, terapias e cirurgias, incentivo aos atendimentos a distância.

No que diz respeito ao pós-pandemia, a estimativa é para um setor ainda mais conectado e aberto para as inovações, seja na forma de relacionamento ou gestão. Com novas ideias e processos, o segmento da saúde pode crescer, dando início às parcerias e empresas que pensam além da relação entre médico e paciente. 

Um dos desafios mais antigos e que faz parte do cotidiano de todos que atuam com a saúde: a atenção com a rede primária. Isso porque muitos brasileiros acabam buscando atendimento após a confirmação de doenças e problemas de saúde, sem pensar na prevenção e no cuidado contínuo. 

É impossível mencionar os desafios sem falar da gestão dos altos custos, uma das características da saúde suplementar no Brasil. Isso porque, para conseguir atingir mais usuários e aderir a soluções inovadoras, é preciso focar na gestão do negócio. 

Muitas instituições sofrem no dia a dia com as despesas e custos para manter soluções que já não são ideais para os indivíduos e colaboradores, e esse tipo de atividade deve ser revista para manter a sobrevivência econômica das operadoras. 

A relação com os prestadores e fornecedores também pode ser um desafio para algumas empresas e planos de saúde, já que a transparência e o contato contínuo precisam ser mantidos para assegurar uma boa parceria. 

No investimento em tecnologia muitas instituições perceberam essa importância após as modificações causadas pela Covid-19, mas a inovação pode ser uma aliada em diversos momentos. 

Para perceber essas oportunidades e conseguir manter um ambiente de trabalho saudável, é fundamental que os gestores busquem por novas soluções compatíveis com os problemas enfrentados, seja para melhorar as atividades de um setor ou de toda a empresa. 

Um dos maiores desafios é encontrar um denominador comum para os crescentes custos na área de saúde. Não podemos perder qualidade, nem tão pouco os benefícios trazidos pela Lei 9656/98, que regulamentou os planos de saúde. Mas o modelo atual precisa ser revisto, com um olhar que não pareça uma punição, mas sim algo conciliador.

Fonte: Comitê Técnico ASAP / ANS / Blog Blendus