O objetivo da medição é extrair uma descrição quantitativa ou qualitativa.

Para descrever o resultado de um programa, pode-se descrever um estado ou uma mudança que, para ser útil, deve ser validada. Validade tem muitos aspectos.

Para este propósito, pode-se imaginar uma hierarquia de tipos de validade:

Ensaio Clínico Randomizado (ECR):

Um ensaio clínico randomizado é um experimento científico para avaliar a eficácia de uma intervenção (ou um produto). Indivíduos são alocados aleatoriamente para o grupo de tratamento que recebe a intervenção ou para o grupo controle que não a recebe. A atribuição aleatória destina-se a maximizar a probabilidade de que ambos os grupos sejam totalmente comparáveis na base, de modo que as diferenças posteriores possam ser atribuídas à intervenção.

Dessa forma, o ECR é considerado o padrão-ouro do projeto de estudo. Suas desvantagens são a complexidade de organização de tal teste; preocupações com a generalização limitada dos resultados por causa do controle restrito sobre a intervenção em condições de teste e a relutância de atribuir indivíduos a um grupo de controle que pode não receber tratamento.

Projetos de estudo com grupos não experimentais de comparação:

Um projeto não-experimental forte requer que o grupo de comparação seja Conceitos e Métodos em GSP | Considerações Metodológicas Conceitos e Métodos em GSP | Considerações Metodológicas

1. Precisão: medições capturam corretamente os dados e os cálculos métricos. Esta definição independe do significado dos resultados.

2.Validade interna: métricas e projeto de estudo são construídos e executados de maneira consistente com a intenção da medição sob circunstâncias específicas. A medição pode, razoavelmente, almejar representar o que se pretende medir – por exemplo, uma diferença na utilização dos serviços, daquilo que de outro modo seria esperado para esta população.

3.Validade externa: os resultados da avaliação podem ser generalizados além da análise específica, ou seja, pode-se esperar que a medição represente o impacto da intervenção ao longo de instâncias e configurações. Como tais, as medidas e os resultados do estudo são amplamente comparáveis por todos os programas e/ou organizações – por exemplo, uma diferença na utilização de serviços além/ aquém do que seria, de outra forma, esperado para esta população.

O quadro seguinte descreve as abordagens predominantes que são ou podem ser utilizadas para avaliar a efetividade do programa. Como denotado nos Relatórios de Diretrizes de Resultados anteriores, quanto mais rigorosa a habilidade metodológica de produzir resultados válidos e conclusivos, provavelmente será mais impraticável para relatórios periódicos de rotina. Isto é observado tanto na linha da complexidade como na de questões-chave

Um projeto não-experimental forte requer que o grupo de comparação seja derivado de populações comparáveis ou que sejam usados indivíduos compatíveis com os membros do grupo de intervenção. Comparabilidade também pode ser alcançada com o ajustamento estatístico. Abaixo estão alguns exemplos de oportunidades de grupo de controle:

Grupo não-contratado:

Este pode ser chamado de experimento natural.

Neste projeto, pesquisadores tentam encontrar um grupo controle que ocorra naturalmente e que seja equivalente ao grupo de tratamento em todos os outros aspectos, exceto na exposição à intervenção.

Assim, o projeto é semelhante a um ECR, mas sem a atribuição aleatória de indivíduos.

Por exemplo, se um plano de saúde oferece uma intervenção de gestão de cuidados para todos os segurados, mas não para as linhas de negócio auto-segurados na mesma região, os membros dos produtos auto-segurados podem ser avaliados como um grupo validado não randomizado equivalente.

Indivíduos não qualificados:

O grupo de comparação consiste em indivíduos que não foram identificados para a intervenção de cuidados de condições crônicas. Este grupo pode incluir indivíduos sem doenças crônicas; com condições crônicas que não fazem parte do contrato de gestão, ou com condições crônicas que fazem parte do contrato de gestão, mas não cumprem os critérios de inclusão do programa. Indivíduos não contatados: O grupo de comparação consiste em indivíduos que eram elegíveis para a intervenção, mas não foram contatados pela organização de gestão de cuidados de condições crônicas. Como, por exemplo, os indivíduos com endereços incompletos ou números de telefone em falta.

Não-participantes:

O grupo de comparação consiste em indivíduos que foram identificados para uma intervenção de gestão de cuidados de condições crônicas, mas que optaram por não participar.

Tendência Convergente da Indústria:

Esta tendência seria calculada pela combinação de dados longitudinais de muitas organizações de gestão de cuidados que representem bem o panorama total da indústria.

A tendência, então, tornar-se-ia o equivalente do S&P 500 para a indústria de cuidados de gestão de condições crônicas, ou seja, uma referência nacional [americana] contra a qual programas individuais seriam comparados. Para obter uma comparação justa, a tendência teria que ser ajustada para levar em conta as diferenças regionais, o mix de casos etc., entre os dados de grupo nacional paritários e do programa individual.

Observar que o efeito de um programa não refletiria o impacto em comparação com nenhum tratamento, mas em comparação com o resto da indústria.

Controle Histórico: Esta concepção compara a tendência no equivalente sub populacional da população alvo antes e depois do início da intervenção, com relação a uma tendência esperada, com base na análise do resto da população. Qualquer diferença de resultados observados com os resultados esperados é creditada à intervenção.

Comparação Pré/Pós: Este projeto compara dados da base inicial com dados de pós-intervenção. A diferença é contabilizada como efeito do programa. A maioria das atividades da indústria tem sido focada no método de controle histórico.

Métodos de comparação de grupos, que são derivados da mesma população em que o programa foi implementado, tais como “não participantes”, atualmente emergem tanto em termos de comparações de população como de indivíduos (controles casados).
Surgem oportunidades limitadas para realizar estudos em que o grupo de comparação é identificado a partir de populações externas ao programa, tais como um grupo de empregador e região diferentes do plano de saúde.

Mais raro ainda é a situação para realizar um projeto de controle randomizado prospectivo, que é mais adequado para estudos especiais e de pesquisa.

Fonte: Caderno “Mais Saúde – Panorama da Saúde Populacional Asap” e Comitê Técnico da Asap.