Aconteceu, em São Paulo, no último dia 02, o Fórum de Saúde Digital. O evento discutiu temas como: inteligência artificial, cognitiva, machine learning, IoT, mobile, entre outros. O primeiro painel da tarde, contou com a participação do presidente da ASAP, Dr. Ricardo Ramos. Com tema: Gestão da Saúde Suplementar, o objetivo foi debater como as organizações de prestação de serviços de saúde (operadoras, planos de saúde, novas plataformas) se concentraram no uso de tecnologia, como IA, inteligência cognitiva e analytics, e em diferentes propostas de modelos de negócios, que preveem mudanças no rol de atendimento, forma de pagamento nos planos de assistência médica – tentando preservar, melhorar e manter a receita. 


12_ForumSaudeDigital_Painel_03Além do presidente da ASAP, participaram também do debate:
Erika Fuga, diretora de Sinistro Saúde da SulAmérica, Caroline Arede, co-fundadora da Oli Saúde, Vilma Dias, diretora da Qualirede e Rodrigo Rodrigues de Aguiar, diretor de Desenvolvimento Setorial da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). 

Rodrigo Rodrigues de Aguiar, diretor de Desenvolvimento Setorial da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), relatou que os últimos quatro anos foram de incertezas para o mercado de saúde suplementar. Entre 2014 e 2017, o número de brasileiros beneficiários de planos de saúde caiu de 50 milhões para 47 milhões, segundo dados do Instituto de Estudos da Saúde Suplementar, o IESS.

E chamou atenção para um outro problema: a má administração. “A gente identifica muito desperdício acarretado na área de gestão. Um dado concreto foi visto nas operadoras que mudaram sua estrutura no processo. Para atuar nessa área, processo e estrutura precisam estar muito alinhados”, relatou. 

Para Vilma Dias, diretora da Qualirede, o mundo passa por uma transformação gigante. “Nova economia, transformação digital, disrupção tecnológica, futuro do trabalho. O mercado de saúde suplementar precisa mudar. Se a gente não se modificar nessa área de saúde a gente vai ficar pra traz”, alertou. 

A diretora da Qualirede fez uma ponderação importante sobre a necessidade de cuidar da pessoa, e não da doença. Essa nova perspectiva altera o foco do cuidado centrado em internação e elevadas tecnologias, para o de coordenação do cuidado. “É o momento de dar ênfase na Atenção Primária à Saúde e evitar mortes antes da hora. Países que possuem forte atenção primária, possuem menor número de mortes precoces, aponta o relatório da OCDE. A gente precisa cuidar da pessoa para deixá-la mais saudável”, alertou.

Essa observação conversa diretamente com Gestão de Saúde Populacional adequada e com atividades de prevenção em saúde. E, para isso, não bastam os esforços apenas do setor da saúde suplementar, mas também, como lembra Vilma, do próprio setor público. 

12_ForumSaudeDigital_Banner_RR_02O presidente da ASAP, Dr. Ricardo Ramos também concordou com as análises da Diretora da Qualirede. “A transformação digital é importante, pois até então as decisões estratégicas, incluindo operação e precificação, eram tomadas a partir de alguns poucos dados organizados em torno de uma planilha volumétrica (relativos a custos, receitas ou taxas de utilização), por exemplo”, disse Ramos.

Na nossa atual realidade os dados são de grande necessidade. “Em um mundo onde você tem tudo estruturado, você consegue trabalhar os dados para tomar uma decisão importante. Isso é tão sério que os radiologistas já estão se sentindo ameaçados,” ponderou o presidente da ASAP. 

Para Dr. Ricardo, a tecnologia já invadiu a vida do ser humano e ainda há resistência em alguns setores de aceitar essa realidade. Mas, é preciso entender o que está mudando o nosso dia a dia. Para ele, a tendência hoje é a medicina personalizada, que usa a genética e as técnicas de genômica para identificar padrões específicos em pacientes e/ou em doenças manifestadas em uma pessoa. Assim, o médico pode adotar uma conduta personalizada na prevenção ou no tratamento do indivíduo. 

A diretora de Sinistro Saúde da SulAmérica, Erika Fuga também concordou com seus colegas ao afirmar que as novas tecnologias estão revolucionando a área da saúde e a experiência do paciente. “Além de transformar as ferramentas de diagnóstico e tratamento, soluções inovadoras estão possibilitando um acesso cada vez mais amplo, digital e de qualidade à assistência médica adequada”. 

Erika também afirmou que é preciso pensar em novos modelos de remuneração e apresentou um case de sucesso entre a SulAmérica e o Dr. Consulta. “O modelo de remuneração é o pulo do gato para o sucesso desse produto”, afirmou. O novo plano é a mais recente tentativa de uma grande operadora de saúde de controlar custos e aumentar o acesso aos planos num mercado cheio desperdício e em que a inflação médica tem transformado os planos em um produto para poucos.

Caroline Arede, co-fundadora da Oli Saúde, disse que alinhar a remuneração de todos os prestadores visando o tíquete final é muito interessante, levando em consideração o incentivo aos próprios usuários também. 

Sobre tecnologia finalizou ao afirmar que ela é a única forma de conectar todos os atores (operadoras, prestadores de serviço e os próprios consumidores) e alinhar os seus interesses, com o objetivo de garantir a sustentabilidade de todo o sistema.

 

Clique aqui para conhecer melhor a ASAP  ou entre em contato com a gente através do e-mail admin@asapsaude.org.br