Os Gerentes de Saúde Corporativa, Dr. Alexandre Toscano da Pirelli e Dra. Renata Simioni do Grupo Boticário, dividiram com público do último Fórum de Saúde Corporativa, realizado no Conarh 2019, as experiências que suas empresas possuem na integração entre os níveis de atenção da saúde, eficiência e uso responsável de recursos, e como colocar tudo isso em prática.

Dr. Alexandre começou o debate avaliando a importância de unir três pontos: estrutura dedicada a saúde ocupacional; promoção da saúde e bem-estar; e rotinas existenciais (saúde existencial). “É preciso entender e enxergar o grupo familiar. A produtividade do trabalhador aumenta se a família toda está bem”, aponta ele.

Para Dra. Renata, olhar a sustentabilidade de uma forma ampla e entender que os colaboradores são parte do negócio é a grande chave. Oferecer acesso a serviços de saúde como planos médicos, trabalhar a cultura da saúde e se relacionar com o colaborador são processos importantes para a obtenção de um resultado satisfatório. “Atingir o colaborador de forma acessível e ver o desfecho é o principal ponto. Antes havia apenas um olhar para os acessos e ninguém olhava para como tinham sido tratados os principais problemas”, garante ela.

A importância de visualizar o resultado final e ver se o colaborador conseguiu se tratar saudavelmente é tão importante quanto o processo inicial de passar a ideia de que a empresa pode cuidar da saúde dele. Para o Dr. Alexandre, é essencial a comunicação corporativa com murais e e-mails, mas o incentivo ao uso do ambulatório deve ser uma prioridade: “É no ambulatório o primeiro link com o colaborador. É lá que entendemos de onde vêm as queixas – que normalmente vêm do grupo familiar – e é lá também que conseguimos identificar uma doença crônica e levar imediatamente para a enfermaria. É preciso ser muito legítimo com o colaborador”, conclui.

No Boticário, Dra. Renata faz o uso de meios tecnológicos para atingir o colaborador: “utilizamos ‘lives’ com personagens reais para garantir um maior engajamento, mandamos um ‘Whatsapp’ com o check-up que o executivo precisa fazer, já que muitas vezes ele não tem tempo de ver o e-mail, entre outros exemplos. Temos também a captação mais tradicional com ambulatório, mas como tudo é cada vez mais digital e mais rápido, essas novas abordagens têm funcionado bem”, explica.

Dra. Renata salientou ainda que, assim que chegou na empresa, um dos pedidos que recebeu foi criar uma linha de prevenção de câncer de mama, que seria chamado “Menina, se toque!”. Para ela, o que mais impressionou foi a mudança na maneira como a empresa evoluiu ao tratar do assunto: o que antes era regra uma simples oferta de guias, agora passava a ser a checagem dos resultados e controle para saber se as colaboradoras haviam feito seus exames. A adesão que antes era de 40%, saltou para 94%.

Outro ponto enfatizado pelo Dr. Alexandre, foi a questão da localidade para fazer os exames. O colaborador muitas vezes atravessava a cidade para a realizar uma consulta e não tinha o resultado esperado: “Enxergamos essa dificuldade e constatamos que a diferença de custo para a realização do tratamento próximo a residência do colaborador era mínima. Antes a empresa oferecia toda a estrutura, mas não olhava pelo funcionário. Hoje ele se trata perto de casa, com praticamente os mesmos custos para nós e ainda volta a trabalhar muito mais rapidamente”, ressalta o Gerente de Saúde Corporativa da Pirelli, que concluiu falando da importância de se ter planos de coparticipação familiar: “somado a isso tudo, oferecemos em alguns casos, planos que englobam a família toda. Acaba-se criando uma relação de confiança. Vale a pena ter uma abordagem muito mais ativa e muito mais acolhedora”, finaliza.