A saúde é uma cadeia complexa quando falamos sobre sustentabilidade e foco no paciente.

Vários setores, tanto privados quanto públicos e governamentais tem se dedicado ao tema, buscando priorizar a gestão de saúde populacional, com a estratificação de perfil de risco e patologia, a atenção aos idosos, com utilização de dados e indicadores, qualificando e certificando os participantes da cadeia, implantando programas de atenção básica e médicos de família.

Nesse contexto temos que observar se não estamos atuando com desperdício de capacidade técnica ou de capacidade de melhoria.

O desperdício de capacidades técnicas dos profissionais ocorre quando eles não conseguem realizar o trabalho em si, devido a processos deficientes.

Se esse e tantos outros desperdícios forem eliminados, haverá tempo e recursos disponíveis para focar nas coisas realmente importantes, como cuidar dos pacientes e melhorar os processos.

Já o desperdício de capacidades de melhoria ocorre pela não utilização (ou não desenvolvimento) das habilidades de todas as pessoas envolvidas em melhorar a forma como está organizado o trabalho.

Isso acontece devido à inexistência de meios efetivos para que se identifiquem as causas e resolvam os problemas do dia a dia. A falta de métodos e mecanismos apropriados tornam quase impossível que profissionais altamente qualificados contribuam para a melhoria e a evolução dos processos.

Para evitar o desperdício de capacidade humana associada a processos deficientes, faz-se necessário repensar a organização do trabalho, padronizar de maneira inteligente e incorporar mecanismos à prova de falhas. E para que isso seja feito de maneira efetiva, os esforços de mudança devem ser conduzidos com envolvimento direto das pessoas que executam o trabalho.

Frente aos enormes desafios que o estado atual da gestão em saúde no Brasil nos coloca, precisamos utilizar melhor os recursos existentes, com mais gestão, com a melhoria de processos e menos desperdício.