Contexto:

Nos períodos de ondas de calor, caracterizados por temperaturas elevadas entre 40 à 42°C e baixa umidade relativa do ar, a situação se agrava, pois o corpo tem dificuldade em produzir suor a tempo, levando a uma desidratação imperceptível, especialmente em idosos e crianças.

Sintomas:

Os sintomas frequentes incluem desmaio, mal-estar, náuseas, tontura e dor de cabeça, todos causados pela desidratação, agravada pela baixa umidade do ar. Esses sinais indicam que o corpo não está se adaptando adequadamente, mesmo em atividades diárias.

Em casos extremos, pode ocorrer hipertermia maligna, onde a perda de controle da temperatura corporal é iminente, especialmente em situações como atividade física intensa.

O que fazer?

A abordagem mais eficaz é a prevenção.

Como fazer?

1. Orientação e Educação do Público:

a. Implementar comunicação corporativa por meio de e-mails, marketing interno, banners locais, e engajamento nas mídias sociais da empresa.
b. Manter a população atualizada sobre alertas de institutos meteorológicos, divulgando informações sobre ondas de calor e previsão do tempo semanal e diariamente.
c. Orientar sobre medidas de proteção, como o uso de bonés, chapéus, roupas adequadas, adaptando essas orientações à realidade local.

2. Programa de Re-hidratação:

a. Disponibilizar água fresca aos funcionários para manter níveis adequados de hidratação e refrigerar o organismo, especialmente em ambientes com baixa umidade relativa do ar.
b. Implementar programa de reposição hidroeletrolítica, oferecendo soro de reposição oral (1.5 a 2 litros por dia) por meio de pontos de hidratação dentro da empresa. Esse programa deve ser acompanhado pela equipe médica da empresa, considerando limites de ingestão e contraindicações a condições clínicas pré-existentes.

3. Orientações Gerais:

a. Incentivar pausas em atividades profissionais para evitar a exposição contínua ao calor.
b. Recomendar o uso de filtro solar com fator mínimo 30, principalmente em áreas expostas como rosto e braços, especialmente para trabalhadores da construção civil, indústria (manutenção de máquinas) e trabalhadores rurais.

Ao adotar essas medidas, é possível minimizar os impactos das ondas de calor, protegendo a saúde e bem-estar dos indivíduos, promovendo um ambiente de trabalho mais seguro e consciente.

O Ministério da Saúde – Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente divulga NOTA TÉCNICA Nº 18/2023-SVSA/MS que trata de novas orientações e recomendações do Departamento de Emergências em Saúde Pública e do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde (DEMSP-DSAST/SVSA/MS) para mitigar os riscos associados à saúde humana durante eventos e emergências em saúde pública por ondas de calor.

Nessa Nota destaca-se a importância do cuidado às Populações vulneráveis.

Os fatores que influenciam a vulnerabilidade comunitária a eventos de calor extremo: clima local, poluição do ar, tipo de moradia, alternativas de resfriamento disponíveis, festivais, eventos e atividades ao ar livre, capacidade do sistema de saúde, urbanização, redes sociais, ações de preparação, renda, nível de escolaridade, estruturas públicas com ar-condicionado e falta de sistemas de alerta precoce.

Dentre os fatores individuais, destaca-se: uso de medicamentos, estilo de vida e comportamentos, renda, idade, nível de escolaridade, condição de gestante/lactante, aclimatização, nível de atividade física, vestimentas, estado de saúde e doenças crônicas preexistentes, acesso a locais com aclimatação e tipo de moradia.

CONCLUSÃO

Como as ondas de calor são eventos extremos cada vez mais frequentes e severos, pela subjetividade dos efeitos das ondas de calor sobre a saúde da população, principalmente sobre os mais vulneráveis, e por representarem riscos a diversos grupos populacionais é importante que sejam realizados, nas três esferas de gestão do SUS, planos e estratégias para o enfrentamento desta tipologia de eventos, tendo como objetivo reduzir os impactos sobre a saúde e prestar o atendimento adequado nas diversas situações que possam comprometer a integridade do estado de saúde das pessoas.

Fonte: Ministério da Saúde / Asap