Cases distintos sobre cuidados coordenados, mas com com resultados semelhantes na gestão da saúde populacional foram compartilhados por Cleusa Ramos e Nirav Vakharia, em painel do V Fórum Internacional ASAP, mediado pelo Dr. Fábio Gonçalves, Diretor Técnico da ASAP e Diretor Executivo de Valor da Hospital Care.
Cleusa Ramos, Superintendente de Desenvolvimento Humano e Institucional do Hospital Oswaldo Cruz, mostrou como unir teoria e prática para criar um programa premiado. Desde 2010, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz mantém o programa Bem-Estar. Ela ressaltou a relevância do questionário de auto avaliação: “Essa ferramenta é de grande importância, com ela o RH analisa indicadores como sedentarismo e estado emocional”. O ambulatório conta com médicos, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos, assistentes sociais e farmacêuticos, além de um coaching em saúde. “Se algum funcionário ou familiar quer mudar um hábito de vida, ele faz um trabalho especializado com um coaching em saúde para apoiar a mudança”, afirma.
O RH do Oswaldo Cruz implantou um sistema de milhagem: quanto melhor ele está na sua saúde, mais milhagem ele ganha. O hospital tem mais de 3000 funcionários e ao todo dez mil vidas. O programa já apresentou índices maravilhosos, 40% de diminuição em hipertensão, 30% de nível de estresse, 40% de tabagismo. Temos academia e 700 pessoas fazem atividade física regular três vezes por semana”, comemora Cleusa.
A Cleveland Clinic é um centro médico acadêmico multiespecial sem fins lucrativos que integra assistência clínica e hospitalar com pesquisa e educação. Os resultados mostram que a Cleveland Clinic é capaz de compartilhar as economias geradas pelo Medicare devido à superação dos limites financeiros e de qualidade – demonstrando a obtenção de cuidados de alta qualidade e melhorando o valor do dólar da assistência médica.
“Nos EUA temos um quadro que limita muito os incentivos financeiros aos pacientes. Então como fazer isso lá? Tentamos entender o que os motiva e vamos atrás. Nos concentramos muito em autonomia e como conectar as pessoas. Nossa tarefa como sistema é não incomodá-los, para não construir barreiras”, comenta Nirav Vakharia.
Quando indagados sobre o que funciona, cada painelista teve uma opinião distinta. “Acho que a fórmula é a soma do entendimento de que paciente e família estão no centro. Outro ponto é a liderança. Quanto mais o líder tiver conectado, maior a adesão da base. O programa se torna apaixonante quando encontramos dados benéficos. Por outro lado, quando temos alguém com uma situação grave, nós permanecemos ao lado, tomando cuidado para não sermos invasivos”, avaliou a superintendente de desenvolvimento humano e institucional do Oswaldo Cruz.
Já para o CEO da ACO, de Cleveland Clinic, o segredo é focar na transparência. “Você pode usar isso como sua vantagem para tentar mudar. No ano passado fizemos um belo trabalho de vacinação da influenza. Nos meses de janeiro e fevereiro deste ano, nossos presidentes estavam surtados porque as internações tinham diminuído. Esse é um exemplo que estamos em dois mundos. É um exemplo que precisamos mudar a mentalidade”, disse.
Nirav reforçou ainda que estamos no meio do caminho da transição. “A liderança e a diretoria precisam estar engajadas, essa jornada é longa e é importante entender o horizonte. Nosso modelo inicial girava em torno do médico. Mas, a gente não foi no centro da questão: o comportamento do médico. É ele que influencia toda a equipe. Se eu tivesse que voltar atrás, eu teria investido no engajamento do médico”, refletiu. “Precisamos ensinar aos médicos a serem líderes de uma equipe, ensinar que eles podem confiar nelas, que elas vão ajudar no cuidado. O médico precisa sair da zona de conforto dele e virar líder”, encerrou.
Já a executiva Cleusa Ramos afirmou que incluir o coaching foi o segredo para o sucesso. Dentro do programa, o gerente é um médico, o que faz diferença. Mas temos também o enfermeiro prime, e damos responsabilidade e autonomia a ele. Por último, precisamos pensar também nos desafios do trabalhador. Nós temos aumentado os números das doenças psicoemocionais. Os nossos programas têm que pensar em promoção e em cuidado também”, finalizou.
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